Aprender a valorizar cada momento.

Andei meio sem inspiração para escrever por esses dias. Não que minha vida tenha entrado numa rotina que me impedisse de sentir emoções e transcendê-las para o papel. É justamente o contrário, estou cheio de atividades, de campos para ir, de artigos para estudar, somando-se a tudo isto o trabalho.

Cada dia, enquanto faço cada uma dessas coisas, aprendo e sinto novas sensações. Descubro pouco a pouco a responsabilidade de me tornar adulto, conheço novos lugares, costumes e sotaques, entendo um pouco mais dos processos que moldam, transformam e fazem funcionar nosso planeta e ouço as mais diferentes histórias de vida de pessoas vindas de todos os lugares.

Próximo de me formar, ouço que o mercado de trabalho está muito bom para minha área, a geologia, mas não há como não sentir medo. Já, já terei que construir meu nome na profissão e correr atrás de um bom emprego. Já, já terei que sair da casa de meus avós, onde vivo por quase 20 anos e ir para minha, é um sonho, mas que requer muitas responsabilidades. Daqui a alguns anos pode ser que eu me case, que eu tenha filhos... é a idade adulta!

Nestas tantas viagens que já fiz na minha vida, a maioria concentrada nestes últimos 4 anos, conheci lugares lindos, vi os mais variados costumes e ouvi sotaques regionais por vezes quase “inentendíveis”. Vi belos rios, subi em montanhas, fiz trilhas, conheci monumentos e cidades históricas, passei perrengues, me diverti a beça e conclui: viajar é muito bom e é uma das coisas que quero fazer sempre.

Dentro da infinidade de coisas que venho aprendendo nos últimos anos, perceber que somos um ponto minúsculo dentro do universo, que existem coisas sem explicação, que toda a terra é um sistema de variáveis no mais perfeito equilíbrio e que é isto que permite que a vida se perpetue. Perceber que precisamos cuidar de nosso planeta, que não somos tão racionais como achávamos que éramos, que não adianta tirar da natureza e achar que nada vai acontecer. Perceber que não somos seres superiores a nada.

No trabalho, apesar de muito cansativo, tenho o prazer de conversar com muitas pessoas. Não são todas, mas grande parte delas, principalmente as mais idosas, gostam de contar suas histórias de vida. Contam como não puderam estudar para ir à lavoura com seus pais, como é ser viúvo, a sensação de ter o primeiro filho. Explicam como perderam documentos, revelam que estão desempregados, sem dinheiro e por vezes sem comer. E ouço sempre, tento ajudar quando posso e por muitas vezes me emociono.

São estas muitas das coisas que tenho vivido. Coisas que me fazem refletir, perceber que todos temos uma história de vida, só de coisas boas, ou de coisas ruins, mas uma história. Que tenho que viver o presente, construir um futuro melhor para mim e para o mundo, viver sempre em busca de novas emoções, que devemos conviver em harmonia com o meio ambiente e com as pessoas, que devemos nos abrir as responsabilidades, correr atrás das oportunidades.

Aprender a valorizar cada momento.

Sérgio Alves

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