Peço a você caro leitor que tente sentir as emoções do texto, ou melhor, relembrá-las. Tente se levar para a situação e ao fim responda aos questionamentos que este autor lhe fará.
O despertador toca, o dia ainda está amanhecendo, é hora de levantar, o dever chama, já já será preciso estar na escola, no trabalho ou em alguma fila para resolver um problema. Após o banho e o café da manhã, isso se você for dos que sentem fome nas primeiras horas do dia, é preciso ir em direção ao ponto de ônibus...
Passam se 10, 20, 30 minutos do horário que aquele mesmo ônibus passou no dia anterior e finalmente ele aparece, damos o sinal para pegá-lo, extremamente lotado ele não para e o motorista faz sinal com a mão que outro logo virá atrás. Este outro, que supostamente estaria “logo atrás”, demora vários minutos e continua com a mesma lotação. Entramos estressados, com a respiração ofegante e a sensação de que perdemos o dia.
Dentro do ônibus procuramos um lugar para segurar, algo quase impossível por vezes, há um amontoado de pessoas nas portas, nos corredores e principalmente nas proximidades da borboleta onde efetuamos o pagamento. O coletivo está chegando ao terminal, será preciso descer lá para pegar outro, driblamos a multidão até à porta e quando vamos descer confrontamos com outras pessoas atrasadas e já estressadas que querem entrar e (ufa!) descemos...
No terminal procuramos um fiscal que possa nos informar qual linha passa por uma determinada localidade e a que horas, procuramos e procuramos muito, e quando encontramos recebemos informações vagas e dadas de mau gosto. Esse outro ônibus aparece, ressalte-se atrasado em relação ao horário que nos foi informado, mas não se tem do que reclamar, ele não está tão cheio. É possível ir sentado na cadeira do meio dos bancos do fundo.
Sentando nessa cadeira vivemos uma situação que lembra muito, não há como não associar, um liquidificador. Não tem lugar para apoio, o motorista passa pelos quebra-molas como se eles não existissem e as freadas são bruscas. Os vidros estremecem vigorosamente e por vezes até estouram. O motor faz barulhos de parear com trios elétricos. Balançamos, giramos, subimos e descemos...
Apesar de tudo conseguimos chegar ao destino. Levantamos para dar o sinal, os de botões já não funcionam, restam apenas às cordinhas, aquelas mesmas, sujas e folgadas, mas nossa única opção para parar e descer. O ônibus frena a alguns metros do ponto determinado e precisamos andar um pouco mais até o nosso destino.
Estudamos, trabalhamos e/ou resolvemos o nosso problema e é chegada a hora de retornar. Chegamos ao ponto e esperamos por quase uma hora um ônibus que chega acompanhado de outros três da mesma linha. Entramos e enfrentamos tudo semelhante ao que enfrentamos na ida. Chegando em nossa casa, queremos jantar, assistir um pouco e dormir. Dormir para amanhã enfrentar novamente aquele que tem sido um dos maiores, com toda certeza, carmas dos trabalhadores aracajuanos. E eu pergunto:
1) Cadê a tão falada qualidade de vida no transporte público de nossa capital?
2) O alto preço que nós pagamos está valendo o que nós recebemos?
3) Com base em que estudo os ônibus são distribuídos?
4) Cadê os horários das linhas fixados nos terminais de ônibus?
5) Você concorda com o aumento que a SETRANSP propôs?
Sérgio Alves
Esse texto objetiva demonstrar um pouco da minha indignação com a situação do transporte público em nossa capital. Faz o seu comentário [CLICANDO AQUI!]
20 de jan. de 2011
Ônibus em Aracaju
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2 Opiniões:
muito bom seu texto !
Olá. Fiz um blog sobre o sistema de transporte público em aracaju. Se der, dá uma passadinha lá: www.busuemaracaju.blogspot.com
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