O Congresso da UNE e o Movimento Estudantil

Em julho deste ano tive a oportunidade de participar, na cidade de Goiânia (GO), do 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). O CONUNE deste ano reuniu cerca de 10 mil jovens universitários oriundos da maioria das IES (Instituições de ensino superior) brasileiras discutindo e votando a jornada de lutas do Movimento Estudantil (ME) para os próximos dois anos. Dentre estas lutas merece um destaque especial a proposição da destinação de 10% do PÌB para a educação no PNE (Plano Nacional de Educação).

O ME, para os que não conhecem, é um movimento de caráter social e de massa. Ele é o produto social e a expressão política das necessidades de nossa sociedade. Sua história mostra como esse movimento constitui força, pela sua organização e capacidade de mobilização, de auxiliar o processo de transformação social: Passeata dos Cem Mil (1968), Oposição ao Regime Militar (1964-1989), pelas Diretas Já (1984), no Fora Collor (1993), entre tantas outras.

Quem não participa do ME não consegue dimensionar a importância que nossas lutas têm nas mudanças do nosso país. É a juventude advinda de todos os cantos do Brasil, debatendo educação, questionando, discutindo, votando e trocando experiências. Algo que assusta a qualquer pessoa na imensidão e no nível das discussões nos GD´s (Grupos de discussão) desse congresso. Vê-se, portanto, um Brasil munido de uma infinidade de jovens que, na sua ideologia, querem o melhor para todos. Sendo, por conseqüência, um dos motores da continuidade dos avanços do nosso país.

O CONUNE é o maior encontro de juventude da América Latina e seus debates e trocas de opiniões girando em torno do ME (rumos do país, avaliação das políticas públicas e da ação dos movimentos sociais, igualdade de direitos, acesso a educação, ao esporte e a cidadania, etc) desperta a consciência de que a conquista dos direitos individuais só acontece numa perspectiva social e solidária de reivindicações. 

E, para concluir, o direito a reivindicação é um instrumento legítimo de uma sociedade democrática já que esta envolve direito e deveres. Logo, participar do Movimento Estudantil é exercer o direito de lutar por um país mais justo, mais igualitário, mais acessível e mais plural. Vamos dar um basta ao comodismo, à passividade, a visão mercadológica de curso superior, vamos participar desse movimento, independente de ideologia, pois o debate de idéias é um dos principais pilares dos verdadeiros avanços de nossa sociedade.

Sérgio Alves
(@sergioalves1)

JPT/CNB/PARATODOS

NUCLEO UFS

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